quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Janeiro: um poema de Ruy Espinheira Filho

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Janeiro descia com as chuvas e inventava besouros
e borboletas e pássaros e girinos e
caminhávamos descalços no barro
e lá estavam as lavadeiras com suas coxas
..................................morenas e fortes como a água
e que todas as noites me assombravam
calidamente.

...
Janeiro soprava um vento de primeiro instante de tudo
E o que respirávamos se chamava manhã
.......................................................................e foi
o que eu quis te ofertar porque eras tão bela.

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Mas isso aconteceu depois. Depois
como agora.
.................................E é para sempre
para nunca mais
.................................este exílio.

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