domingo, 25 de julho de 2010

"de amor ardem os bosques": poema de Maria Azenha

não escrevas a palavra pedra se não tens à mão
uma pedra
não digas a palavra água se nunca quiseste morrer
não penses a palavra flama se o teu coração não arder

guarda vagarosamente cada som
silenciosamente trabalha o desenho de cada letra
a um poeta é reservado


o alfabeto
uma árvore
o fogo

Este poema está no livro "de amor ardem os bosques" de Maria Azenha no capítulo (ou "a segunda folha", conforme o índice do livro informa ) "a ciência dos bosques". Agradeço o envio do livro. Foi um belo passeio pelo Bosque de variados bosques presentes nos poemas. Por entre o coração e a ciência destes bosques, por entre as sombras e as clareiras, os poemas experimentam caminhos que se abriram ao homem na sua trajetória pelo Bosque que é o Mundo. Assim, o livro harmoniza o que comumente se dissocia: ciência e coração, sombra e luzes. Na tradição do símbolo do bosque, Maria Azenha compõe uma caminhada em que todos estes bosques se conciliam. (Jefferson Bessa)

3 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Versos encantadores... obrigada por compartilhar!

Beijos e uma ótima semana.

lupuscanissignatus disse...

artesã

de

fundas

raízes



*abraço,
amigo*

Maria Azenha disse...

...delicadas as suas palavras, Amigo.
Obrigada,

beijo

mariah