quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Exercício nº17: um poema de Zemaria Pinto

de cinco mil sementes repartidas
em outras cinco mil repetições
transforma-se a parede num festim
de gritos e sussurros sem sentido

miríades de sonhos e de sons
de um outro inferno ainda refletidas
são fugas recorrentes de mim mesmo
na sordidez do tempo aprisionadas

da câmara sombria um som se eleva
em timbres modulados na memória
buscando a quintessência do silêncio
na velha luta vã contra as palavras

pois o poema é nada mais que isso
música para surdos – nada mais

2 comentários:

Paulo Medeiros disse...

O Zemaria é realmente muito bom. Acabei de ler O texto nu. E ele dá muitas dicas no livro de como escrever. Tem que ter muita (ins)piração como ele mesmo diz no livro.
Abraços, Jefferson.

Paulo Medeiros disse...

O Zemaria é realmente muito bom. Acabei de ler O texto nu. E ele dá muitas dicas no livro de como escrever. Tem que ter muita (ins)piração como ele mesmo diz no livro.
Abraços, Jefferson.