segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O espelho de um momento: um poema de Paul Eluard


Dissipa o dia,
Mostra aos homens as leves imagens da aparência,
Retira aos homens a possibilidade de se distraírem
É duro como a pedra,
A pedra informe,
A pedra do movimento e da vista,
E o seu brilho é tal que todas as armaduras, todas as máscaras, [se tornam falsas.
O que a mão tomou desdenha tomar a forma da mão.
O que foi compreendido já não existe.
A ave confundiu-se com o vento,
O céu com a sua verdade,
O homem com a sua realidade.

tradução: António Ramos Rosa e Luísa Neto Jorge

2 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Bem bom, poeta... nem conhecia...
Um beijo carinhoso.

Unknown disse...

LINDO POEMA!

Um poeta que escreve de uma forma ímpar. Difícil de captar as imagens. Quando ele diz: "o que a mão tomou desdenha tomar a forma de mão", entendi o todo. Como um plasma, ou um fantasma de nós mesmos.

Muito bom!

Não conhecia Paul Eluard!

Obrigada e parabéns pela escolha!

Beijos

Mirze