quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CHUVA DE CAJU: poema de Joaquim Cardozo



Como te chamas, pequena chuva inconstante e breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve?
Teresa? Maria?
Entra, invade a casa, molha o chão,
Molha a mesa e os livros.
Sei de onde vens, sei por onde andaste.
Vens dos subúrbios distantes, dos sítios aromáticos
Onde as mangueiras florescem, onde há cajus e mangabas,
Onde os coqueiros se aprumam nos baldes dos viveiros
e em noites de lua cheia passam rondando os maruins:
Lama viva, espírito do ar noturno do mangue.
Invade a casa, molha o chão,
Muito me agrada a tua companhia,
Porque eu te quero muito bem, doce chuva,
Quer te chames Teresa ou Maria.

4 comentários:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

a chuva, no nordeste, benvinda

Unknown disse...

O poeta passa uma alegria imensa pelo passar da chuva.

Lindo poema!

Grata, Jefferson!

Beijos

Mirze

Teté M. Jorge disse...

Adorei esses versos! Que meigo poeta...

Um beijo imenso!

Hilton Deives Valeriano disse...

Um grande poeta ainda ignorado em muitas regiões desse país!