terça-feira, 10 de novembro de 2015

MONJOLO: poema de Raul Bopp



Monjolo
Chorado do Bate-Pilão



Fazenda velha. Noite e dia
Bate-pilão.

Negro passa a vida ouvindo
Bate-pilão.

Relógio triste o da fazenda.
Bate-pilão.

Negro deita. Negro acorda.
Bate-pilão.

Quebra-se a tarde. Ave-Maria.
Bate-pilão.

Chega a noite. Toda a noite
Bate-pilão.

Quando há velório de negro
Bate-pilão.

Negro levado pra cova
Bate-pilão.

Um comentário:

Luiz Filho de Oliveira disse...

Bopp, um dos meus preferidos...