sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um poema de Mário Cesariny




Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

4 comentários:

Unknown disse...

Jefferson!

Como é bom vir aqui! Já tinha lido alguns poemas de Mário Cesariny, mas esse, não conhecia.

Ele escreve de tal forma que nos faz parecer que estamos juntos imaginando a mesma pessoa.

Uma loucura!

Amei!

Beijos

Mirze

Teté M. Jorge disse...

Adorei os versos!
Parece até que eu escrevi isso... que mágico!

Um beijo imenso.

Luísa Castelo-Branco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luísa Castelo-Branco disse...

Gosto muito deste poema. Deixo aqui, em vídeo, uma interpretação que me arrepia.
http://youtu.be/QfHp4zq7j7g

(daluasobretudo@blgspot.com)