sexta-feira, 24 de junho de 2011

Poema de Wang Wei (699-759 D. De C.)


Ultimamente tenho compreendido o significado da tranquilidade,
dias após dia me mantenho longe da multidão.
Limpei minha cabana e a preparei para a visita de um monge,
que chegou de longínquas montanhas para visitar-me.
Descendo veio dos picos ocultos pelas nuvens,
para ver-me na minha casa de teto de palha.
Sentados no pasto compartilhamos a resina do pinheiro,
queimando incenso lemos os sutras do Tao.
Ao terminar o dia, acendemos nossa lamparina
os sinos do templo anunciavam o
começo da noite.
Repentinamente, adverti que a
tranquilidade é realmente Felicidade
e senti que minha vida é feita de um farto tempo livre



****
O dia hoje é a tranquilidade. E só assim foi possível aproximar-me do poema de Wang Wei. Por isso, antes não havia comentado.
A tranquilidade se faz do ócio, que abre a porta para sentirmos o acolhimento de nosso abrigo. Dessa maneira é que o abrigo pode ser, então, amado. E o que se ama não permanece fechado. Abre-se a quem chega. Abre-se à visita, à pessoa que se ama.


A pessoa que me visita também virá acolher-me, já que de tão longe me vem fazer a visita. O exterior se encontra com a intimidade de meu abrigo: ama-se o exterior, porque se ama o interior e vice-versa.
Mas o que oferecer à visita tão importante que vem chegando dos altos picos de uma montanha para se instalar numa casa de teto de palha?
Ofereço meu abrigo, minha casa, onde eu habito - espaço que amo e que é feito de Tranquilidade, Felicidade e Ócio. (Jefferson Bessa)

2 comentários:

Nayara Borato disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Nayara e cheguei até vc através do Blog desinformação seletiva. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir um blog do meu amigo Fabrício, que eu acho super interessante, a Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. A Narroterapia está se aprimorando, e com os comentários sinceros podemos nos nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs


Narroterapia:
Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.

Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.

http://narroterapia.blogspot.com/

Teté M. Jorge disse...

Ah... gostei... a tal da tranquilidade interior... o silêncio necessário...
Um beijo, poeta.