sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Madamoiselle furta-cor: um poema de Armando Freitas Filho






Por esta fresta te espreito
Por esta fenda te desvendo

Por esta fresta
            cravo
sonda contra esponja
e babo
            e te penetro
teso e reto, e por inteiro
o teu corpo se entreabre:
porta e perno, caixa e coxa
Por esta fenda
            tenda
de pele que se franze
e rasga
            eu me adentro
feito de espera e de esperma
e espremo —te aporto— e exprimo
toda a cor da carne do amor que escrevo.

Por estafenda me espreito
Por estafenda me desvendo.

Um comentário:

Teté M. Jorge disse...

Simplesmente adorei!!!!

Beijo carinhoso.