quarta-feira, 11 de março de 2009

Do poema "Veludoso Coro" de Rogel Samuel - Jefferson Bessa



Veludoso coro
Desta ameixeira
Quando pomos d’ouro
Cobrem a cumeeira
Sobre todos nós
Sua eletricidade
Melodioso foro
De felicidade.


No poema “Veludoso coro” de Rogel Samuel, algo está sobre nós: uma ameixeira. Submetemo-nos a ela para nos abrir a uma harmoniosa melodia, pois é sob ela que podemos deixar surgir uma vida em plenitude. O teto formado por ameixas nos cobre para além de uma submissão egoísta de inferioridade. Pelo contrário, na grande simplicidade de nos colocar sob a ameixeira a que nos convida o poeta está o que nos abre a uma energia suave e harmônica.

Tal energia exala do poema e dos frutos dourados que reluzem a felicidade: esta é a eletricidade sonora que desce aos homens. Ouvimos o canto da felicidade quando o poeta nos leva à ameixeira. Ela, que nos cobre, possui uma música de textura veludosa que possui o sentido de um canto sinestésico. É que pelo cruzamento sensorial simultâneo da visão, do tato e da audição temos o corpo aberto aos frutos que re-unem todos homens e o mundo.

Pela forte visualidade e movimento que o poema desperta, somos cobertos pelo poema que, como a ameixeira, sinaliza uma música táctil e visual. Sonoridade que levanta a felicidade para nos encobrir de uma claridade presente no tecido musical macio, feliz e simples da ameixeira.

2 comentários:

Maria Azenha disse...

poema re-visto com olho de lince!
magnífico.


mariah

Jefferson Bessa disse...

Oi, Mariah! Fico feliz por ter gostado. É um belo poema mesmo!

Abraço.
Jefferson.