domingo, 6 de novembro de 2011
Ladainha: um poema de Cassiano Ricardo
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-
corporal?
Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
O Máximo esse poema, Jefferson!
Cassiano Ricardo se antecipou ao tempo.
Só me resta repetir: Ó máquina, orai por nós.
Excelente!
Beijos
Mirze
A máquina não ama... (ainda bem!)
Beijos.
Postar um comentário