Música da Morte: um poema de Cruz e Souza
A música da Morte, a nebulosa,
Estranha, imensa música sombria,
Passa a tremer pela minh'alma e fria
Gela, fica a tremer, maravilhosa...
Onde nervosa e atroz, onda nervosa,
Letes sinistro e torvo da agonia,
Recresce a lancinante sinfonia,
Sobe, numa volúpia dolorosa...
Sobre, recresce, tumultuando e amarga,
Tremenda, absurda, imponderada e larga,
De pavores e trevas alucina...
E aluciando e em trevas delirando,
Como um Ópio letal, vertiginando,
Os meus nervos, letárgica, fascina...
4 comentários:
que extraordinário esse poema que erotiza a morte, como morrer nos braços de alguém...
a sinfonia da Morte na sensualidade, no erotismo que envolve a música desses versos.
é extraordinário mesmo!!!
Este poema lembra-me um capítulo da vida de Tereza Batista de Jorge Amado.
É muita bela a mistura da morte e prazer, a volúpia...
Tão simples seria encontrar semelhança entre prazer e vida...
Mas a morte tornou bela a poesia.
Beijos,
Ry.
se voces perceberem parece que essa tal musica esta tocando no momento em que ele esta escrevendo e tambem parece que ele estava sob o efeito de algum tipo de sedativo alucinogeno
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