segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Bacanal: poema de Manuel Bandeira




Quero beber! Cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
......................Evoé Baco!


Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em douro assomo...
......................Evoé Momo!


Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos...
......................Evoé Vênus!


Se perguntarem: Que mais queres,
além de versos e mulheres?
- Vinhos!... o vinho que é o meu fraco!...
......................Evoé Baco!


O alfange rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que não domo!...
.....................Evoé Momo!


A Lira etérea, a grande Lira!...
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos,
.....................Evoé Vênus!


Do livro Carnaval

4 comentários:

Ryanny disse...

Manuel é maravilhoso.

Muito obrigada pelo deleite de tão bela poesia.



Beijos,
Ry.

Paulo Medeiros disse...

Bem pertinente o poema!
Abraço Jefferson!

Gerana Damulakis disse...

Imbatível, meu queridíssimo Bandeira!

Unknown disse...

Esse eu conhecia.

Evoé, Manuel Bandeira. Poetíssimo!

Grata, Jefferson!

Beijos

Mirze