domingo, 23 de maio de 2010
Rainer Maria Rilke : poema de Os sonetos a Orfeu
Uma árvore surgiu. Ascensão pura!
Orfeu canta! A árvore é toda ouvidos.
Tudo cala. Mas, da calma obscura,
nasce um começo; muda o sentido.
Os animais saíram do transparente
bosque, deixaram ninho e covil;
Então, o que se viu, foi que nem por ardil
nem por medo ficavam silentes:
tudo era ouvir. Uivar, gritar, bramir: não.
Só a melodia. Onde antes
mal havia choça a receber o canto,
agora há um abrigo de forte quebranto,
com portais de colunas vibrantes;
ali criaste-lhes um templo da audição.
Tradução: Karlos Rischbieter com Paulo Garfunkel
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2 comentários:
Esse sim um grande poeta! Mas Goethe é gigante... Um abraço!
Sim, amigo! Muitos sonetos deste livro de Rilke são belos. Um abraço!
Jefferson.
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