Saí cedo - Meu Cão levei comigo -
Fui visitar o Mar -
Lá do Porão saíram as Sereias
E vieram me olhar -
Da cobertura as Naus me ofereceram
A Encordoada Mão -
Tomando-me talvez por um Ratinho
Sobre a Areia - no Chão -
Mas Ninguém me tocou - até que n'água
A Maré me atingiu
Os Pés - e logo as Coxas - e a Cintura -
E o Peito me cobriu
E eu parecia prestes a afogar-me -
Qual na Flor ao cair
Uma gota de Orvalho fica presa -
E eu resolvi sair -
E Ele - Ele me seguiu com pés de prata
Ainda a me envolver
O Tornozelo - E fez meus Sapatos
De Pérolas se encher -
Até que no Chão duro da Cidade
Um Estranho se achou -
E se curvando - a me fitar Altivo -
O Mar se retirou -
Tradução José Lira
2 comentários:
Emily é insuperável na prosopopéia, extraindo do caráter das coisas a grandeza que em geral falta aos homens.
Parabéns pelo blog, Jefferson.
Tuca, obrigado pela visita. Seja bem-vindo!
Abraço.
Jefferson.
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