Exposta no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
na rua Luís de Camões, 68, Rio de Janeiro - RJ
*
Penetrar na obra revela o sentido literal do convite que nos faz re-descobrir as sensações do corpo. Mas para isso é preciso tirar os sapatos - tirá-los literalmente. É, sobretudo, pelos pés que vamos sentir a obra de Hélio. Por isso, nada de contemplação nem de apenas olhar a obra à distância. É preciso o corpo por inteiro. Éden (um dos Penetráveis) de Hélio Oiticica proporciona ao espectador as sensações mais elementares entre o humano e a terra, explorando todos os sentidos.
Corpo móvel que faz a obra ser obra através desse passeio penetrável que nos abre a muitas sensações. É com a obra Éden que entramos ao paraíso que perdemos. Mas precisamos penetrar novamente no paraíso e resgatar essas sensações: um éden onde possamos compreender o corpo. Em pleno movimento vamos penetrando nas coisas pela via do corpo que sente até nos perdermos nas sensações e nos espaços labirínticos de muitos espaços penetráveis aos quais somos convidados.
Pelos pés é que se pode sentir o mundo em sua aspereza, maciez, dureza – das dores ao prazer. Aos pés da terra estamos quando nela penetramos descalços. Desamarrando os cadarços, retirando os sapatos, as meias - ruindo o Éden que nos encobriu de sentir as sensações que vem das coisas da terra: das pedras, da palha, da água, da areia, das cores, das formas...Entrar sentir sair...
Entrar sentir sair
Ao Sol do Éden Oiticica
Abrir os pés
Ao chão do corpo
Ao Éden aberto
Ao caminho simples
Dos dedos que desquer
Velhos sapatos
Ruindo homens
Longinquamente
Em cadarços apertados
Gastos de sola
Descalços no chão
Ao mundo desnudado
Ao solo das faces
Nos pés que somos
(Jefferson Bessa)
Corpo móvel que faz a obra ser obra através desse passeio penetrável que nos abre a muitas sensações. É com a obra Éden que entramos ao paraíso que perdemos. Mas precisamos penetrar novamente no paraíso e resgatar essas sensações: um éden onde possamos compreender o corpo. Em pleno movimento vamos penetrando nas coisas pela via do corpo que sente até nos perdermos nas sensações e nos espaços labirínticos de muitos espaços penetráveis aos quais somos convidados.
Pelos pés é que se pode sentir o mundo em sua aspereza, maciez, dureza – das dores ao prazer. Aos pés da terra estamos quando nela penetramos descalços. Desamarrando os cadarços, retirando os sapatos, as meias - ruindo o Éden que nos encobriu de sentir as sensações que vem das coisas da terra: das pedras, da palha, da água, da areia, das cores, das formas...Entrar sentir sair...
Entrar sentir sair
Ao Sol do Éden Oiticica
Abrir os pés
Ao chão do corpo
Ao Éden aberto
Ao caminho simples
Dos dedos que desquer
Velhos sapatos
Ruindo homens
Longinquamente
Em cadarços apertados
Gastos de sola
Descalços no chão
Ao mundo desnudado
Ao solo das faces
Nos pés que somos
(Jefferson Bessa)
2 comentários:
fincar
os
pés
[na arte
da
terra]
*abraço*
Sim, amigo. Pés sobre a terra - redescoberta do homem. Obrigado pela leitura. Um abraço.
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