quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um edição de Revista Literária - editada por Evaldo Ferreira

Revista Literária
Evaldo Ferreira, editor – evaldo.am@hotmail.com
Manaus – Amazonas – BRASIL, domingo, 9 de maio de 2010
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No Tempo dos Seringais e Maria Menina, de Evaldo Ferreira à venda no site:
www.estantevirtual.com.br/acervos/sebooalienista
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Poesia
Pernas Cruzadas
Jefferson Bessa, jedu02@gmail.com
http://jeffersonbessa.blogspot.com/

logo que chegou ao bar
seu corpo pediu todos os olhares
mas num instante o vi falecer
embaçar.
o corpo que não transpira
derrete
para se molhar em poses.
e assim foi.

sentou-se à cadeira
de pernas cruzadas
e de tão embaraçadas
as pernas se fizeram
grandes bengalas
que assim carregam
a beleza que pesa
e que arrasta no rosto.

ah... mas se este corpo
chegasse
sem dar ares ao cheiro...
se este corpo
escorresse
a água da pele
pelo salão
e borrifasse às minhas narinas...

Livro Lançamento
Na Teia dos Labirintos Semânticos
Rogel Samuel, (rogelsamuel@hotmail.com)
http://literaturarogelsamuel.blogspot.com

Livros raros os como esta Teia dos Labirintos, de Mirian de Carvalho (São Paulo, Escrituras, 2004), volume, obra escrita em versos, sim, sim, que não se trata de um grupo de poemas, seja, conjunto de poemas reunidos em livro, com um título para os agrupar; mas é um só poema quase, um poema só, um trabalho de articulações poemáticas e temáticas estrutura os vários poemas, costurados, entretecidos, de forma que o que lhe dá a característica de livro não é só o título, mas o conjunto conexo, a urdidura unitária do construído bloco, um elemento só, livro que é labirinto significativo mas e onde se entrança o leitor e ali penetra, como numa livre pesquisa e sonhada, fechada no seu tema polissêmico, com começo, meio e fim.
A Teia dos Labirintos é construída em blocos: fio de Eros, nas malhas da lenda, urdidura simbólica, liame de ascensão, laços notívagos, e tecedura das coisas.
Cerzido em ciclos o vocabulário do primeiro bloco aparece, costurado, talhado, nervorisado, no visgo da aranha textual, em tecido, o tear, rendas e novelos. Pelos e gozo. Laços e afetos na fímbria da bainha do tecido de um «laborioso tear, mostra-se à flor da pele / em urdidura de flores de fios». De sombra e luzes são tranças, desejos, cabelos, visceral trabalho de uma fiandeira-mãe, faminta de espera, de esperma, no tremular de fieiras de grinaldas em gemidos da sua trama, em seda do «amoroso lavor / de pontos de trespasse», como poesia costureira.
Do segundo bloco o vocabulário vem do «Livro de Jó», do passado, da origem e de outras tradições, como a do islamismo, do hinduismo, budismo, bramanismo, helenismo, e mais, e os deuses olímpicos, de África, da Micronésia, configurando uma polimorfologia, uma múltipla cosmologia temática.
Depois vem aquela urdidura simbólica, e armadilha, onde orifícios e linhas, num jogo de fiandeira e numa galáxia de tramas, ungindo luas, luzes e amores, se enfiam nos fios de ouro dessa visão de sublime e no final de fugas de um aranhal de luares, e redes de encontros (e desencontros), impulsos, raízes, insetos e vazios, «destilando a seda», «em imaginária agulha».
Há agora algo que sobe, o vazado, a costura, o tecido, o telhado, as vidraças, os pássaros, asas, calhas, naquelas arquiteturas «às barbas do sol», onde o tempo se derrama, se proclama, em laçadas e filigranas. Toda a poesia é e está no vocabulário (afinal, a poesia está no dicionário), que traça desenhos e galhardetes entrecruzados rendilhados bordados laços de vida e de morte rios de linha floresta de telas cavernas de luz e lua.
«Laços notívagos» desce aos pântanos, às redes de ferro do fundo da noite do mar, da memória subterrânea, dos presságios dos becos da terra prenha das sombras incertas dos buracos negros onde estão os fantasmas e aquelas águas verdes das algas das vozes antigas e mortas.
E assim se fez «a tessitura das coisas» adormecidas, vindouras, fiapos do vazio de oriente na trilhas de desertos exilados arcaicos onde as escamas prove a fome dos desígnios dos homens, e os morcegos expandem suas cavernas de nanquim, lá recolhendo o fôlego e a força dos homens...
Mas o belo livro termina com uma prece de São Francisco que diz:
Ao cair da tarde, na voz das aves minha Oração de São Francisco. @

Crônica
As peripécias de um candidato liso - I
Claudio Amazonas, claudiorezendeamazonas@yahoo.com.br

- Deveria ter ajudado melhor financeiramente o Cláudio!
A frase foi dita pelo advogado e empresário Mario Haddad à minha prima Terezinha de Jesus Rezende Montefusco, que era gerente de sua Drogaria São Paulo, na av. Sete de Setembro, aos fundos da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, depois do resultado das eleições de 1978, nas quais fui o quinto candidato a Deputado Estadual mais votado na capital naquele pleito, entre todos os figurões da política amazonense, com ou sem mandato.
Tinha sido candidato a vereador em 1976, quase por imposição, junto ao Raimundo Parente, presidente da Arena (Aliança Renovadora Nacional), do irmão e amigo de boemia e de copo, Antonio Levy Botero, de quem fui cabo-eleitoral ainda bem pequenininho, em 1956, ele também quase um garoto, com pinta de Rodolfo Valentino, numa composição que envolveu o grande tribuno Evandro Carreira, como candidato a vereador, e o empresário Adalberto Vale, então proprietário do Hotel Amazonas, como candidato a Deputado Federal.
Sem um tostão nos bolsos, além do meu salário na Centrais Elétricas do Amazonas S/A., onde administrava as comunicações sociais da empresa, consumido e empenhado logo nos primeiros dias após a minha proclamação como candidato pelo partido, me transformei numa caveira ambulante, prestes a sucumbir de inanição física e problemas emocionais, e junto de amigos diletos participamos de uma campanha recheada de lances os mais surpreendentes.
Em 1976 a Arena tinha Josué Filho como o seu grande trunfo, pela reconhecida tradição política de seu pai, de quem herdara um espólio incontestável, para fazer frente a oposição liderada por parlamentares do MDB, que tinha em seus quadros oradores do quilate de um Francisco de Queiroz e de meu velho companheiro de A Crítica e também de copo no Carmona, Bar Avenida e etc., Fabio Lucena.
Esquálido, sem recursos, tendo como adversário ostensivo o pároco de Educandos, cabo-eleitoral declarado do meu colega de partido, não tinha como enfrentar a avalanche em torno de meus eleitores patrocinada pela própria Arena.
Almoçávamos, eu, o Flavio Canário, o jogador Bel e o presidente do Sindicato dos Hoteleiros, Adalberto Lopes Pessoa, no Bar São Francisco falando de nossas dificuldades para continuar no pleito, que parecia a alguns companheiros de linha de frente uma distração com ingredientes de ironia ao sistema ante as nossas limitações.
Ideia de Flavio Canário: faríamos um comício em frente da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no qual Flavio faria um discurso dramático, ao fim do qual ele puxaria um lenço do bolso para enxugar as lágrimas que lhe sairiam aos borbotões de seus olhos, amparado, em seguida, pelo jogador Bel, que encarnaria a figura do campeão mundial da Copa de 1970, Rivelino, tal a semelhança física.
Aproximava-se o dia das eleições e o prazo final para a propaganda política e nada de Flavio, que levou sumiço. Procurei por ele, aflito, no Sindicato dos Hoteleiros. Resposta do presidente:
- O Flávio ganhou na Loteria Esportiva e desapareceu!
O meu mundo caiu. Como manter o controle de um grande número de amigos que só queriam me ajudar, suportar a dimensão de meus problemas existenciais, e a frustração do comício planejado que não houve?
Dia 15 de novembro de 1976. O vai e vem frenético de pessoas se dirigindo às escolas “Machado de Assis” e “Estelita Tapajós” para votar. Outras esperando uma condução que as levasse para suas seções eleitorais distantes. Inúmeros veículos faziam uma fila imensa em todo o percurso da rua Inocêncio de Araújo, depois que a gasolina se esvaiu dos seus tanques, os proprietários clamando no deserto, esperando por um milagre que os tirasse daquela aflição.
Cerca das 10h, um Chevette, novo em folha, estaciona em frente da casa que me serviu de diretório, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, cedida graciosamente pelo Neném, que fora proprietário do antigo Bar Sibéria, no qual o Guimarães Rosa prosou com os membros do Clube da Madrugada poucos meses antes de falecer, presente este humilde escriba.
O veículo estava adesivado com cartazes grandes de uma candidata a vereadora. Dele salta o seu proprietário, causando perplexidade nos cabos-eleitorais mais empedernidos:
- Como aquele sujeito se atrevia a estacionar o seu veículo defronte do nosso diretório, de forma tão ostensiva?
O proprietário salta do veículo e vai perguntando:
- Onde está o Cláudio?
Cheio de dúvidas e com o olhar raivoso, Otacílio Nunes responde:
- Lá em cima!
Em seguida, o “estranho” acrescenta:
- Rasguem todos esses cartazes, e pintem com tinta a óleo o nome do Cláudio por todo o carro!
O mundo rodando em meu cérebro, meditando como havia me metido naquela enrascada, quando ouço a voz da figura que vai adentrando no meu gabinete, com seu sorriso maroto:
- Meu irmão!
Era o desaparecido Flavio Canário, baiano, que fora proprietário da Catedral do Samba, a quem conheci por meio do Getulio Dionísio de Castro, primeira voz do Trio Tropical, que fez grande sucesso no início dos anos 60 e ainda hoje faz parte da coletânea de muitos discógrafos remanescentes, com a música Adelante, também gravado por Aguinaldo Rayol, pelo selo Copacabana, acompanhado pelo conjunto do grande camarada Getulio.
Abraçamo-nos e Flávio me mostra uma bolsa de couro entupida de nota de quinhentos cruzeiros, a maior cédula da época:
- É tudo para a tua campanha!
Cheio de pudores, desembolsei o que me restava no bolso, para encher o tanque dos amigos e fui para minha casa, acompanhado do Flavio, trocar de roupa e tomar meia garrafa de uísque de uma só vez, para controlar o sistema neuro-vegetativo profundamente abalado.
Fizemo-nos acompanhar de duas louraças, minhas amigas, para tentar resgatar o “tempo perdido”, percorremos um sem-número de seções eleitorais, distribuindo contribuição para o almoço, etc., e fomos, enfim, fazer uma refeição na Cabana dos Barés regada a uísque para equilibrar as nossas emoções, mais as minhas.
Retornamos para o Educandos já no fim da tarde e uma grata surpresa nos aguardava: o resultado de uma vitória que parecia florescer misteriosamente naquele momento, era o que se comentava. Minha ex-namorada Elza de Almeida e Silva, que acompanhou o pai presidindo uma das seções no Colégio “Estelita Tapajós” completou as previsões otimistas:
- Só ouvi falar do teu nome lá na urna que papai presidiu. Estás eleito, cara !
(seu Ênos, Deus assegure a sua presença no Trono Branco, ao lado do grande Mestre; o senhor merece!).
Recebi uma votação surpreendente, suplente privilegiado, com votos só no bairro de Educandos: 1065, um prodígio em 1976, tendo em vista o tamanho do colégio eleitoral de Manaus, as dificuldades que envolveram não só a minha presença no pleito, como todas as circunstâncias adversas, que fizeram os companheiros mais envolvidos na naquela aventura brancaleonica, sorrir em vez de chorar. @
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Alessandra Karla, alessandrakarla@gmail.com
http://alessandrakarla.blogspot.com/

Poesias
As flores e os espinhos de Urias Sérgio

Dentre flores belas e espinhos,
Do caule sempre se vai primeiro
Num instante, ao vento, derradeiro,

As pétalas que embelezam os roseirais.
Mas, o que de fato os protege afinal
Senão os nódulos pontiagudos, o que mais?

Com estes versos começa Flores e Espinhos, o mais novo livro do poeta Urias Sérgio (urias@usfreitas.com.br), novamente em versão impressa e em CD.
Urias conta que sua veia poética foi despertada em função do amor. “Minha primeira poesia foi escrita em 1963, no Rio de Janeiro, para minha futura esposa, que até hoje está comigo. De lá para cá não mais parei de escrever poesias, não só para ela, mas também sobre outros diversos temas”.
Vivendo em Manaus desde 1986, Urias estreou na literatura em 2002, com Gritos de Alerta, uma coletânea de poesias em defesa da natureza, também lançado em versão impressa e em CD. “O livro fez tanto sucesso que esgotou rapidamente. Já o CD, cuja produção é infinitamente mais barata que a do livro, eu continuo a reproduzir para os interessados, com a vantagem de se ouvir as poesias declamadas por mim, com fundo musical”, esclarece.
Para Urias, existe um seleto grupo de pessoas em Manaus que gosta de ler e escrever poesias. “Esse grupo poderia ser bem maior, mas Manaus, como o resto do país, apresenta um problema sério que é a falta de estímulo às crianças para que leiam em casa, na escola. Com isso não se formam leitores e nem admiradores de poesias”, diz.
Atualmente Urias preside a ALCEAR (Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas) e vai mais além com relação aos problemas enfrentados pela literatura em Manaus. “Aqui o escritor, seja de qual categoria for, é cercado por limitações. Sem receber apoio de órgãos culturais, tanto do município quanto do estado, editar um livro só se for bancando do próprio bolso. Não existe nenhum prêmio, ou concurso, literário. Distribuir é outra dificuldade. As livrarias não têm muito interesse em vender os livros dos autores locais”, reclama. Apesar das dificuldades, à frente da ALCEAR, Urias já conseguiu editar seis antologias com poesias e contos escritos pelos imortais da Academia. “Tenho dois objetivos à frente do silogeu. O primeiro é organizar palestras dos imortais da Academia em escolas públicas para que os alunos conheçam os autores locais e seus livros. Já estamos pondo em prática esse objetivo. Na Cidade Nova a Escola Celus resolveu colocar o nome de poetas amazonenses em suas salas de aula. O segundo objetivo é tentar conseguir junto ao governo, ou à prefeitura, um espaço, um ambiente, uma casa, destinada a todos os escritores da terra, onde eles possam se encontrar e ter um local para vender seus livros”.
Falando sobre Flores e Espinhos, o poeta explica que não se trata de um livro com poesias sobre questões amorosas. “São 31 poesias, algumas intimistas, outras ecológicas e diversos temas. Novamente repito a dupla livro + CD. Acho que o trabalho fica mais completo, apesar de verificar que o CD ainda enfrenta uma crise de identidade. Não pode ficar na estante porque não é um livro, nem pode ficar em meio aos CD`s de música porque não tem música. O próprio leitor terá de encontrar um ‘lugar ao sol’ para o CD com poesias”, explica.
Urias, vez por outra, também envereda pelo romance, como fez em 2006 com 1973 – Garimpo do Tapajós, terra sem lei... e Câncer, um fantasma em nossas vidas, de 2009, dois livros em que ele romanceou fatos acontecidos na sua vida. @
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Renata Rimet, rimet2005@hotmail.com
http://vicioemversos.blogspot.com

50 anos
O legado de Camus
Antônio Campos, camposad@camposadvogados.com.br

Estamos no ano do cinquentenário de morte do escritor franco-argelino Albert Camus (1913–1960). Talento reconhecido em todo o mundo, Camus é um dos mais representativos escritores do século 20. Nascido em uma família pobre na cidade de Mondovi, na Argélia, então colônia da França na África, teve uma vida sacrificada e dura. Perdeu o pai (francês) quando tinha menos de um ano de idade, vitimado em uma batalha da 1ª Guerra Mundial. Foi criado pela mãe (espanhola), que não sabia ler nem escrever, e uma avó extremamente austera, em meio a uma condição que contemplava apenas as necessidades essenciais de sobrevivência, num subúrbio da capital Argel. Graças à ajuda de um mestre (Jean Grenier) graduo-se em Licenciatura em Filosofia, mas quando estava prestes a começar a docência contraiu tuberculose.
A doença o acompanhou o resto de sua breve vida e a frequente ameaça de morte o marcou profundamente, refletindo de maneira significativa na sua visão de mundo e na literatura que proferiu. Camus faleceu aos 47 anos em um acidente de carro, no sul da França. Entre seus livros mais conhecidos estão: O Estrangeiro, escrito em 1942 e traduzido para mais de 40 línguas; A Peste, de 1947, e A Queda, de 1956. Particularmente, destaco ainda na obra do vencedor do prêmio Nobel da Literatura de 1957 O Homem Revoltado.
Em O Estrangeiro, Camus nos deu uma história tensa, dura, intensa. Como era próprio no autor, é marcante o sentimento existencialista do personagem principal, sua solidão, dúvidas e o quase surrealismo de seus conflitos. Ainda que o livro seja uma obra de ficção, o personagem é inerente ao escritor, com a clara proximidade entre seus pensamentos e valores em relação à sociedade em que vive. A Peste é uma alegoria da guerra e da ocupação nazista e, mais amplamente, da condição humana, através da descrição de uma cidade ameaçada pela epidemia. Em O Homem Revoltado a reflexão existencialista acaba por descobrir que só revoltando-se pode o homem dar sentido a um mundo dominado pela “completa ausência de sentido”. “O absurdo é a razão lúcida que constata os seus limites... Não espere o juízo final. Ele realiza-se todos os dias”, são frases que marcam bem o pensamento do escritor.
Albert Camus questionou, em sua obra, assuntos com os quais seguimos nos debatendo. O escritor não queria ser apontado como um filósofo, mas filosofou sim - e muito -, imprimindo admirável comprometimento com a busca de um caminho ético na existência humana. Camus procurou sempre o real sentido da vida e o grande valor do agir nos indivíduos. Expôs as inquietações fundamentais da condição humana e os delineamentos de um itinerário humanista conciliado à experiência cotidiana da dignidade.
Até mudar-se para a Paris, onde começou a fazer parte da resistência contra os nazistas e fundou o jornal clandestino “Le Combat”, Camus viveu na Argélia. Apesar das dificuldades econômicas impostas pelo colonialismo, sua terra natal lhe extasiava com suas belezas naturais, seu romantismo, e a poesia que brotava de sua gente mestiça. Apaixonado pelo céu, pelo mar e pela exuberância feminina, Camus se deleitava ao ver as mulheres a amassar os absintos. Em seus romances a Argélia resiste insistentemente como uma bela e sedutora paisagem de fundo.
Enquanto jovem, o escritor foi o goleiro da seleção universitária. Conta-se que um bom goleiro. Um dos fatos que mais o impressionou quando da sua visita ao Brasil, em 1949, foi o amor do brasileiro pelo futebol. Tanto que uma das primeiras atitudes que Albert Camus teve ao pisar no Brasil foi pedir para que o levassem para assistir a um jogo. E seu amor pelo futebol o acompanhou por toda a vida. “O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem, devo ao futebol”, costumava dizer Camus.
Recentemente, por conta do cinquentenário de morte do escritor, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, acabou por lançar uma grande polêmica no país ao propor a transferência dos restos mortais de Albert Camus para o Panthéon, monumento em Paris onde já se encontram os mausoléus de célebres personagens da literatura francesa, entre eles Voltaire, Rousseau, Victor Hugo e Emile Zola. Para os críticos, a proposta de Sarkozy é uma tentativa de apoiar-se politicamente do legado de Camus, que é uma figura mítica da esquerda francesa. Parece que a tentativa do presidente francês não sensibilizou os filhos do escritor, os gêmeos Jean e Catherine, que acaba de publicar o livro Camus, Mon Père (Camus, meu pai), ainda sem tradução para o português.
Meio século após sua morte, quando vivemos em um mundo marcado por irracionalidades, intolerâncias e fanatismos, lembrar e recomendar a leitura desse extraordinário escritor é fundamental para que possamos sempre buscar um melhor entendimento sobre a aventura existencial do ser humano. Sua obra nos deu uma admirável lição de autenticidade. Nunca esqueci uma frase de Albert Camus que li num monumento em Tipasa, quando estive na Argélia pela primeira vez: “Aqui, eu conheci a dor de viver e a glória de amar”. @

Lançamentos em Salvador
Valdeck Almeida de Jesus, valdeck2007@gmail.com
www.galinhapulando.com

08 de maio - sábado - 18 horas - Fala Escritor - Livraria Saraiva do
Salvador Shopping - lançamento do livro Fala Escritor em Prosa e
Poesia, com poemas dos organizadores do projeto.

10 de junho - 15 horas - Biblioteca Juracy Magalhães - Projeto
Encontro com o Escritor, patrocinado pela Fundação Pedro Calmon -
Valdeck Almeida de Jesus é o convidado, que apresentará a sua vida e obra.
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Bruno Resende Ramos, brunoteenager@gmail.com
http://www.novacoletanea.blogspot.com

Convite

A Livraria CÍRCULO DAS LETRAS (de Lisboa)
convida para o:

Debate: 65 anos depois. Que futuro?
(fim da 2ª Guerra Mundial)
Com: Domingos Lopes e Luis Moita
Quando: 10 de maio (segunda-feira)
Horas: 18:45 horas

Debate: Representação Política: caso português, em perspectiva comparada
Com: Manuel Villaverde Cabral, Pedro Tavares de Almeida e Mônica Brito Vieira
Quando: 13 de maio (quinta-feira)
Horas: 19 horas

Rua Augusto Gil, 15 B, 1000-062
www.livrariacirculodasletras.blogspot.com

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Zemaria Pinto, zemaria@prodamnet.com.br
http://palavradofingidor.blogspot.com

Concurso Literário

O I Concurso Internacional de Lendas e Poesia ME comemora o vigésimo primeiro (21º) ano de existência do mural poético Mulheres Emergentes (mulheresemergentes.blogspot.com), o sensual em cartaz.
Idealizado e criado em 1989 pela escritora e poeta Tânia Diniz, Mulheres Emergentes é um espaço para autores novos ao lado dos já consagrados, tem circulação internacional, leva a poesia a todos os lugares possíveis e é fonte de pesquisa, no país e exterior.
Recebe: até 30 de junho de 2010, por e.mail e correios, até 03 lendas e/ou poemas, sob pseudônimo, com tema livre, em espanhol ou português.
Dados pessoais e taxa de inscrição de R$ 20,00 (ou 10 euros, ou 10 dólares, para estrangeiros), em outro anexo, e em envelope menor, junto com os trabalhos, para:

Mais informações:
concursodelendasme@gmail.com

Encerradas as inscrições e esperando o resultado do 5 Concurso ME de Minicontos e Poesia, seguimos o calendário das comemorações para o
21 aniversário do mural poético Mulheres Emergentes, completados neste 2010.
Entre as propostas, temos agora, o lançamento do desafiador I Concurso Internacional de Lendas e Poesia Mulheres Emergentes.
Exercite sua imaginação, crie a sua lenda! Ou mande seu poema!
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Eliane Ganem, elianeganem@elianeganem.com
www.elianeganem.com

Livro Lançamento
Os fenômenos científicos do dia a dia

Por que o espelho não fica embaçado, durante o banho, ao se jogar água com sabão nele? Quais são os pontos cegos do veículo para um motorista? Por que os talheres com cabo de metal parecem mais frios do que os outros? Como a bola de futebol faz curva em uma cobrança de falta bem batida?

Esses e muitos outros fenômenos do dia a dia, tão comuns que chegam a passar despercebidamente, são explicados no livro Ciência ao Alcance de Todos, do professor Rodinei Pachani.

Matemático, mestre em geofísica em modelagem numérica e professor da área de Exatas da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Pachani explica que o livro é resultado de dois anos de pesquisas e discussões com colegas educadores. Sua proposta é que os capítulos temáticos contenham explicações científicas que não exijam grande conhecimento técnico ou matemático do leitor.

“Cada capítulo sou eu em alguma situação do cotidiano, por exemplo, na cozinha, no meu lazer, andando de moto ou em várias situações em que nos vemos procurando explicações para algumas coisas”, diz o professor.

Pachani enfatiza que a física e a química dão origem a atividades que têm participação efetiva na vida e em todo o desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade. “Hoje, os jovens já nascem em um mundo envolto de tecnologias geradas por essas ciências, daí a necessidade de relacioná-las com seu cotidiano, pois, apesar de serem bem presentes para muitos, essa relação ainda está ausente”, afirma.

A facilidade em encontrar explicações didáticas e aplicáveis ao cotidiano vem da ampla formação de Pachani. Professor há nove anos na UNINOVE e há quatro dos cursos de engenharia, ele já atuou no mercado de vendas e na indústria, entre outras áreas. “Tenho uma formação bastante horizontalizada, o que ajuda muito na interlocução com os alunos. Posso buscar exemplos da indústria, de outros trabalhos ou até da vida pessoal para esclarecer uma dúvida”, pontua.

E o espelho que não fica embaçado quando se joga água com sabão? “Não embaça porque, ao colocarmos água com sabão no espelho, estamos que criando uma película com viscosidade maior que a água. Com isso, quando as moléculas de água se chocarem com ele, escorregarão, não perdendo energia suficiente para se juntar a outra nem tão pouco reduzirão seu movimento a tal ponto de fixarem nele. É por essa razão que o espelho, quando molhado com água e sabão, não fica embaçado durante o banho”, finaliza o autor.


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Mauro Marques, mauro.marx@hotmail.com
www.mauro.prosaeverso.net

Poesia
Traduzir-se
Ferreira Gullar[1]

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
-que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?

[1] Maranhense (1930)

Poesia
Paisagem
Eunice Arruda, poetaeunicearruda@bol.com.br
www.poetaeunicearruda.blogspot.com

O sol se
põe


Girassóis olham o chão


Eunice Arruda (do livro Mudança de Lua, Scortecci Editora, 1986 – SP/SP e incluído no livro digital: http://houdelier.com/flip_books/eunice_arruda_sp/index.html

Poesia
Confissão
Charles Bukowski*
Tradução: Ricardo Cabús+
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Ricardo Cabús, papelnovaral@gmail.com
http://cacosinconexos.blogspot.com

esperando pela morte
como um gato
que vai pular na
cama

eu sinto muito pela
minha esposa

ela verá este
corpo
pálido
rígido

sacudirá uma vez
talvez
outra:

“Hank!”

Hank não
responderá.

não é a minha morte que
me preocupa, é minha esposa
deixada com esta
pilha de
nada.

eu quero
que ela saiba
no entanto
que todas as noites
dormindo
ao seu lado

mesmo as discussões
mais inúteis
foram esplêndidas

e as difíceis
palavras
que sempre temi
dizer
podem agora ser
ditas:

eu
te amo.

* Germano-estadunidense (1920-1994)
+Alagoano (1964)

Fotos da colocação dos varais:
http://picasaweb.google.com.br/alicejardim/IntervencaoUrbanaPapelNoVaral?feat=directlink

Algumas fotos de saraus relâmpagos:
http://picasaweb.google.com.br/r.cabus/Output#

Vídeo 1:
http://cacosinconexos.blogspot.com/2010/05/video-sobre-i-intervencao-urbana-papel.html
Antonio Sardenberg, saofideliscidadepoemarj@gmail.com
http://www.sardenbergpoesias.com.br/

Artigo
Coragem? Pra quê?
Paulo Queiroz, dr.pauloqueiroz@gmail.com
http://www.palavradaterra.blogger.com.br/

Hoje quero falar um pouco sobre coragem. Começo relembrando um fato: um determinado indivíduo, num daqueles dias em que a gente deseja ardentemente que o mundo se dane, tamanha a nossa indignação, dizia ao outro que o indagara: - Amigo, pois eu te digo que coragem é coisa de gente otária. Eu prefiro ser um covarde vivo a ser um herói morto. Quero mais é que todo mundo se lasque!... O outro, ensimesmado, concordando parcialmente com o que ouvia, lembrou-se do mais inteligente de todos os cabeçudos nordestinos: Rui Barbosa, referindo-se ao que certa vez escreveu o professor: “(...) a coragem é limitada, todavia, deveria ser plena (...) o homem, ante o perigo, não deve se opor corajosamente a tais adversidades; deve, ao contrário, apartar-se do perigo e da ameaça ao seu sossego, ainda que isso lhe pareça covardia”... A bem da verdade, nos ensinaram tudo errado.
Quando o mestre Rui Barbosa disse: "sê livre, homem!", ele não quis dizer: "fuja!"; "salve-se!"... Tenho razões de sobra para afirmar que suas palavras foram distorcidas por uma hermenêutica qualquer; pelo entendimento deficiente de algum historiador controvertido e polemista extremo da literatura. Meu juízo prefere crer que o consagrado jurista referia-se a conquista da liberdade humana pelo esforço conjunto do homem, pela coragem. Destarte, inclino-me a acreditar de modo incondicional que suas palavras buscaram sim significar a coragem do homem de perseverar e de se aventurar laboriosamente na busca do conhecimento: a única forma de libertação plena... Rui Barbosa não louvava a covardia.
A coragem escasseia-se hodiernamente porque se ensina ao homem os atributos mais perfeitos da covardia, e de como exercê-la de modo profícuo e eficaz. Outrora se ensinou também o branco a covardemente menosprezar o negro, o negro a odiar o branco, e ambos a desgraçarem ao índio, que por sua vez teme aos demais, e assim por diante. A despeito disso, não nos ensinaram a troca de valores entre raças, a permuta de experiências enriquecedoras da cultura específica de cada "gente", por assim dizer. Pior: instruíram os mais fortes a sobrepujarem os mais fracos; os mais ricos forçaram os desvalidos à incontida e imoral mendicância, e o condicionamento social da idéia franqueou aos imbecis à condição de mediocridade, tornando-os iludidos pela ostentação de conhecimentos que julgam possuir -- e não possuem -- distinguindo, equivocadamente, pessoas burras, ou de inteligência mediana, de gênios... E isso acontece há séculos!
Num mundo cuja chancela de liberdade é o possuir, o ter, o ser, a força medonha da grana torna o homem "pequeno" uma reles "coisa"; uma bagatela sem grande importância. Para ser ter idéia do valor de um homem, ainda que morto, nos Estados Unidos o cadáver de um indigente vale U$ 0,35 (é isso mesmo: 35 centavos de dólar) para sua utilização em estudos anatômicos e correlatos, num país onde a ciência, bem ou mal, toma rumos assustadores em busca da evolução.
Com toda a depreciação matematicamente possível, aplicada ao cadáver, pode-se ter idéia dos míseros dólares que valia o indivíduo quando vivo. O homem não vale muito sendo corajoso, quanto mais sendo covarde!
A coragem, quanto ao quesito extinção, compete igualitariamente com certos espécimes da natureza. A covardia, por sua vez, duela com o vírus da política suja quanto ao quesito proliferação indiscriminada e incontrolável. A crença em Deus, por exemplo, que outrora era legitimamente despojada da plutocracia perniciosa, hoje é espiritualmente ligada a respostas de prosperidade pessoal escancarada. Isso é bom? Claro que não! Isso é covardia sobrenatural, eu diria.
Dinheiro é muito bom -- mesmo alguns advoguem contra --, o ruim é a indistinção que se faz do sagrado em relação ao capital. Sobre isso uma coisa me causa curiosa indagação: por que será que ainda não cunharam a cara de Jesus Cristo como efígie de moeda qualquer? Só falta isso!
Crer em Deus requer coragem, acima de tudo. Não basta gritar, chorar, ajoelhar-se, pedir, orar, ou apenas entregar tudo nas mãos de Deus... É preciso lutar, trabalhar, discordar, pensar, politizar, ajudar, dialogar, conhecer, amar, denunciar, cooperar, combater, se indignar, respeitar, construir, reconhecer os próprios erros... E enfim, é preciso romper, sobretudo, com os padrões enjoativos e maçantes que vigoram na nossa sociedade, para poder se ter coragem.
Pra que então a coragem? Elementar: a coragem, entre muitas outras coisas, oferece ao homem: o discernimento que o torna capaz de separar o útil do imprestável; a força suficiente para suportar as pressões sociais cotidianas oriundas de atitudes errôneas de segmentos corrompidos, sem, porém, tornar o homem omisso; o potencial para reprimir a agressão moral da mentira e do engano, sem, entretanto, permitir que o homem aja com violência, fazendo-o refém da estupidez humana.
A Coragem dá também condição para que o homem experimente o amor e a paixão em toda a sua extensão, sem, todavia, deixá-lo obstinadamente cego ao ponto de reivindicar a sua felicidade em detrimento de outrem; enfim, a coragem constrói no coração do homem a cerca que o protege da desfaçatez, e o mantém sempre distante do oportunismo, que é armadura da dita cuja: a morte...
Coragem serve para nos alimentar de perspectivas verdadeiras, das quais extraímos elementos sólidos para a constituição dos nossos sonhos. A coragem, finalmente, nos ensina que decidir parar, racionalmente, com os pés no chão, é infinitamente diferente de desistir no meio do caminho. Desistir (isso sim) é para otários! @
Roberto Mendonça, marlim1946@hotmail.com
http://catadordepapeis.blogspot.com/

Solidariedade Literária

O poeta Roberto Piva tem sido noticiado, ultimamente, por dois motivos. Um deles, a repercussão da terceira edição de Paranóia, seu livro de estreia, pelo Instituto Moreira Salles. Outro, os problemas que enfrenta: depois de ser internado com um quadro clínico grave, passa por dificuldades. Por isso, leitores e amigos de Piva têm promovido coletas de recursos em seu favor.
Roberto Piva (São Paulo, 1937) publicou Paranóia (Massao Ohno, 1963, reeditado em 2000 e em 2009 pelo Instituto Moreira Salles), Piazzas (1964, reeditado em 1979), Abra os olhos e diga AH! (1976), Coxas (1979), 20 poemas com brócoli (1981), Quizumba (1983), Ciclones (1997) e Estranhos sinais de Saturno (2008), além de uma antologia poética em 2005 e manifestos. Todos esses títulos compõem sua Obra Reunida (editora Globo), organizada por Alcir Pécora, em três volumes: Um estrangeiro na legião (2005), posfácio de Claudio Willer, Mala na mão & asas pretas (2006), posfácio de Eliane Robert Moraes, e Estranhos Sinais de Saturno (2008), posfácio de Davi Arrigucci Jr.
Em 2010, foi lançada uma coletânea de suas entrevistas, Encontros: Roberto Piva, pela editora Azougue. Teve, a partir de 2000, um crescimento de sua presença em antologias importantes, traduções e bibliografia crítica, incluindo teses e dissertações. Além de apresentar-se em leituras de poesia, coordenou oficinas e palestras intituladas “Encontros Órficos”. Tem filmografia, composta por um documentário de Tadeu Jungle, de 1988, Uma outra cidade, de Ugo Giogetti (2000) e Assombração urbana, de Valesca Dios (2005), exibidos pela TV Cultura, além de participação em outros vídeos e filmes.
Os leitores da Revista Literária, interessados em ajudar o poeta, podem mandar e-mails para o poeta: Cláudio Willer, cjwiller@uol.com.br
Claudio Willer (São Paulo, 1940) é poeta, ensaísta e tradutor. Publicou Geração Beat (L&PM Pocket, coleção Encyclopaedia, 2009), Estranhas Experiências, poesia (Lamparina, 2004); Volta, narrativa (Iluminuras, terceira edição em 2004); Lautréamont - Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas (Iluminuras, nova edição em 2008) e Uivo e outros poemas de Allen Ginsberg (L&PM, edição pocket em 2005, nova edição em 2010). Prepara-se para lançar Um obscuro encanto: gnosticismo e poesia, ensaio (Civilização Brasileira). Teve publicados, também, Poemas para leer en voz alta (Andrómeda, Costa Rica, 2007) e ensaios na coletânea Surrealismo (Perspectiva, 2008). É autor de outros livros de poesia – Anotações para um Apocalipse, Dias Circulares e Jardins da Provocação – e da coletânea Escritos de Antonin Artaud, esgotados. Doutor em Letras na USP, faz pós-doutorado sobre Religiões Estranhas, Hermetismo e Poesia. Coordena oficinas literárias; ministra cursos e palestras sobre poesia e criação literária. Prepara um livro sobre surrealismo e ensaios sobre misticismo e poesia. @
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Carlos Vilarinho, c.vilarinho@yahoo.com.br
www.literaturabaiana.blogspot.com/

Concurso Literário

A Via Literária Editora tem o prazer de anunciar o inicio do
Prêmio Literário Cidade de Porto Seguro
Contos Curtos - 2010
Prêmio para o melhor conto: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Apoio: Secretaria de Cultura do Município de Porto Seguro – Bahia
Participem e Boa Sorte!
Informações: http://www.vialiteraria.com/

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