Minha voz tem um vício de fontes.
Eu queria avançar para o começo.
Chegar ao criançamento das palavras.
Lá onde elas ainda urinam na perna.
Antes mesmo que sejam modeladas pelas mãos.
Quando a criança garatuja o verbo para falar
o que não tem.
Pegar no estame do som.
Ser a voz de um lagarto escurecido.
Abrir um descortínio para o arcano.
3 comentários:
Manoel de Barros é incrível!!!!!
Não conhecia esse!
Adoro... junção de natureza e poesia...
Beijo grande, poeta.
/gracias por apresentar-me este poema.
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