sábado, 7 de abril de 2012
SONETOS A ORFEU (II.12): UM POEMA DE RAINER MARIA RILKE
Anseia pela mudança. Celebra a chama,
ainda que algo do novo se perca na transformação;
o gênio, mestre dos misteres terrestres, só ama,
na dança, o ponto de mutação.
Já é pedra quem estagnado se mantém;
supõe-se protegido quando em cinza se disfarça.
Aguarda: mais duro que o ferro é o aço quem vem do além.
Cuidado - o martelo ausente ameaça!
Quem como fonte flui, vem à luz pela percepção;
ela o conduz, feliz, pela criação serenada
que, às vezes, nasce no fim e finda no nascimento.
Todo tempo feliz é filho ou neto de separação,
que, pasmos, percorrem. E Dafne, transformada
em loureiro, deseja que te transformes em vento.
tradução: Karlos Rischbieter e Paulo Garfunkel
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3 comentários:
Pura transformação...
Não conhecia, gostei muito.
Obrigada.
Uma Páscoa abençoada junto aos seus.
Beijo.
Lindo soneto do Rilke. Leio-o muito, mas não conhecia esse soneto.
Parabéns pela bela escolha, Jefferson!
Beijos
Mirze
Também não conhecia esse soneto, cheio de sabedoria.
Um grande abraço, Jefferson.
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