sábado, 11 de julho de 2009

A interrogação em Mar de Rogel Samuel


Mar



onde está, onde
onde está no horizonte
onde está o destino
por onde se vai nesta barca
por onde navegar assim
neste mar de incertezas
neste caminho sem pista
se por que vagueamos em claros
na grande muralha de atalhos
perdidos labirintos
pássaros de bicos frios
flores de asas mortas
e em embrulhadas falas
mulheres e homens nas tramas
de suas rotas?


Poema retirado do blog de Rogel Samuel

O texto por inteiro é uma interrogação. Esta, então, por si só já traz a aventura do poema de Rogel Samuel. Mas qual será a resposta? Para o poema não há resposta, já que a pergunta tem a força de ser ela mesma. O mar traz - mais do que a incerteza – o movimento dos difíceis atalhos nos quais vamos embrulhando nossas falas, nossos versos. Vamos tramando alguns passos que encontram pelo meio do caminho objetos aparentemente mortos. Mas poderíamos insistir na interrogação do poema que é a sua vida seguindo a busca sem encontrar a resposta. Por meio disso não se define nada, pois o que há de mais forte é saber que o poema impele a vida tateando, navegando por rotas que sempre terão em si a interrogação. (Jefferson Bessa)

2 comentários:

Lídia Borges disse...

Encontrei por acaso este lugar e gostei muito do que aqui se pode ler.
Este poema é muito bonito. Não o conhecia. Agradeço a possibilidade que me deu de o ler.

Obrigada!

Jefferson Bessa disse...

oi, Lídia seja bem-vinda. Fico contente por saber que gostou do blog e da postagem com o poema do Rogel. Obrigado pela visita.

Um abraço.
Jefferson.