faz tempo as algas tinham braços
e reflectiam as asas da água em flores marinhas
inebriadas em redor pelo fósforo dos peixes
que direccionavam faróis para as gemas das ilhas,
faz tempo cruzavam a eternidade
a poesia e a língua dos corais em ritmo e harmonia
e vinham dar à praia na cinza prateada da areia
fundeadas por âncoras e cílios de auroras
faz tempo os amantes vinham partindo e chegando
em rosas da tarde em dulcíssimos navios na nave do dia
e recolhiam a luz do silêncio imortal entre esta e a outra vida.
faz tempo os humanos percorriam as pálpebras do céu
entre folhas de sol e abrigos de mel
e eram estrelas
e ampliavam uma nova língua,
se não fossem as algas, que saberíamos da alegria?
maria azenha 2009-06-23
* Retirado do blog Bosque Azul de Maria Azenha
3 comentários:
Mais um belo poema na partilha deste pousio.
é sim, Maria! É um lindo de poema de Maria Azenha...é sempre um prazer ler esse poema - é lindo!
Um beijo.
Jefferson.
Obrigada Jefferson.
abraços,
maria
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