Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
Vivo, há pouco, de púrpura, sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento...
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga.
Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:
E o seu reflexo pálido, embebido
Como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.
4 comentários:
e desde a minha adolescência
- há décadas atrás, perdidas
e idas -
eu não paro de ler Bilac
como aquele rio de versos
revela
e ferve
Sim, amigo, no seu blog vez ou outra leio algum poema de Bilac. E um poema-comentário como este dá o maior entusiasmo. Obrigado!
Abraços
Bilac, Raimundo Correa... os grandes parnasianos desprezados pela crítica e insensatez modernista... Muita coisa boa esquecida. Parabéns.
www.poesiadiversidade.blogspot.com
obrigado pela visita, Hilton. bom saber que o belo pode permanecer, apesar das críticas.
abraços.
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