sexta-feira, 5 de novembro de 2010
A flor e a empregada de Dade Amorim
Minha patroa insiste
: da flor a água se muda todo dia.
O dia todo ela fala
(sua voz me cansa o ouvido)
a flor não muda e repete
que mude a água da flor
esquecida em sua jarra.
A flor tem que ter sua muda
toda semana
(ela nem ouve
as coisas que eu resmungo).
Se a flor da jarra não muda
a flor perde todo viço
eu sempre aviso
(prefiro o lado da flor
que ao menos sofre calada)
– e a flor cada vez mais triste.
Ela diz que é minha a culpa
ainda que eu mude a água
e ela se esqueça da flor.
A flor já não resiste
e morre
cabisbaixa.
Dia desses não aguento
me livro de flor e jarra
e procuro uma patroa
que entenda tanto de flores
quanto eu.
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3 comentários:
Jefferson, fiquei toda feliz de aparecer aqui. Obrigada mesmo.
Beijo pra você.
Que belo poema. Simples e tão verdadeiro...
Beijos.
Jefferson!
Vim guiada pelas mãos de fada de Dade! O poema dela é realmente um encanto.
Fiquei nesse encanto e vou aproveitar e ler o que puder.
Belíssimo blog!
Abraços
Mirze
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