Horas Mortas: um poema de Alberto de Oliveira
Breve momento após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.
Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.
Chegas. O ósculo teu me vivifica
Mas é tão tarde! Rápido flutuas
Tornando logo à etérea imensidade;
E na mesa em que escrevo apenas fica
Sobre o papel - rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.
Um comentário:
LINDO DEMAIS!
É exatamente isto que acontece. Não sei como se consegue, depois de um dia cheio, vem a poesia e vivifica a noite, encurtando-a.
Alberto de Oliveira, vou gravar esse nome.
Beijos, poeta!
Mirze
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