quarta-feira, 18 de maio de 2011

Horas Mortas: um poema de Alberto de Oliveira





Breve momento após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
Posso a ti me entregar, doce Poesia.

Desta janela aberta, à luz tardia
Do luar em cheio a clarear no espaço,
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica
Mas é tão tarde! Rápido flutuas
Tornando logo à etérea imensidade;

E na mesa em que escrevo apenas fica
Sobre o papel - rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade.

Um comentário:

Unknown disse...

LINDO DEMAIS!

É exatamente isto que acontece. Não sei como se consegue, depois de um dia cheio, vem a poesia e vivifica a noite, encurtando-a.

Alberto de Oliveira, vou gravar esse nome.

Beijos, poeta!

Mirze