Prefiro rosas, meu amor, à pátria: um poema de Ricardo Reis
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indif'rença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
2 comentários:
Sempre gostei dos poemas de Ricardo Reis,
Ela nada insinua diz ali na parte mais crua da alma está seu pensamento.
Lindo, Jefferson!
Obrigada!
Beijos
Mirze
Este do Ricardo eu não conhecia... que original!
Um beijo carinhoso, poeta.
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