domingo, 23 de outubro de 2011

"Para meus versos, escritos num repente": um poema de Marina Tzvietáieva


Para meus versos, escritos num repente
Quando eu nem sabia que era poeta,
Jorrando como pingos de nascente,
Como cintilas de um foguete,

Irrompendo como pequenos diabos,
No santuário, onde há sono e incenso,
Para meus versos de mocidade e morte,
- Versos que ler ninguém pensa! -

Jogados em sebos poeirentos
(Onde ninguém os pega ou pegará)
Para meus versos, como os vinhos raros,
Chegará seu tempo.

Tradução:Aurora F. Bernardini

5 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Adorei os versos de Marina Tzvietáieva!!! Obrigada!!! Tem coisas que a gente só conhece vindo aqui...
Um beijo carinhoso, poeta.

Unknown disse...

Jefferson!

Quanta beleza em versos e quanta vidência.

Marina Tzvietáieva previa o esperado para poetas e escritores. Previa o mundo onde chegamos: escreve bem e vai para a ABL, não mais os machadianos, ou o Guimarães Rosa, mas aqueles que tem fama social e/ou dinheiro.

Bárbaro!

Beijos

Mirze

Hilton Deives Valeriano disse...

Belo! Estou sentindo sua falta no Poesia Diversa. Um abraço fraterno!

Jefferson Bessa disse...

Olá, Hilton! Sempre visito o Poesia Diversa e sempre é um prazer. Não deixo comentários, pois me parece que o blog (ou a minha conta) não permite postar mensagens no seu blog.
Um abraço.
Jefferson.

Unknown disse...

Esse eu não conhecia. Gostei muito. Obrigada por compartilhar...