Quando se evolará da argila o sopro
que me faculta o gesto leviano?
Se um deus mo prometeu, outro mais alto
o aniquilou sob um destino humano.
Mais grave que a vaidade relativa
de ser estátua e ser máquina viva,
já pesa em mim o exílio dos espaços
chumbando os membros cada vez mais lassos:
a máxima viagem fora aquela
que devolvesse à terra a carne morna,
para eu fundir meu encontro maior na
sua frieza e reintegrar-me nela.
Do livro Arquipélago
5 comentários:
Belo! Um grande poeta esquecido! Lamentável! É difícil encontrar livros dele?
Amigo Hilton, Geir Campos é um excelente poeta brasileiro, mas pouco ou nada citado. Tive dificuldade de comprar um livro de Geir. Tive a sorte de encontrar num sebo. Pretendo postar aos poucos no blog.
Um abraço.
Jefferson.
Praticamente pouquíssimo citado... sei que foi tradutor, radialista e jornalista também... com toda certeza virei aqui ler seus poemas.
Obrigada por compartilhar, Jefferson.
Beijos.
Bom que gostou, Teca! Sim, Geir realmente tem uns trabalhos de tradução. Sei de um que é uma seleção de poetas alemãos traduzidos por ele.
Beijos.
Jefferson
dificílimo de entender esse poema, você o retirou na integra, corretíssimo?
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