(a meus pais)
Com a enxada da palavra
cavo a leira dos rebentos.
Por vezes, a lâmina das sílabas
faísca numa pedra mais agreste
escondida debaixo da terra.
Apanho-a e perscruto-a
com curiosidade de geólogo.
É uma pedra de múltiplas faces.
Contudo, só uma reluz quando lhe toco.
Mas é a aresta mais obscura e rugosa
a que me interpela.
Texto e fotografia de Vítor Solteiro. Seu blog: Arquitectura das Palavras
2 comentários:
Jefferson!
Lindo esse poema que imita a vida. É sempre a aresta mais obscura, o filho mais doente, que nos interpela.
Fantástico!
Beijos
Mirze
o trabalho interior sobre a pedra do nosso Ser...olhando para o que aparentemente é mais obscuro...
não importa o que se escolhe para ver com os olhos da alma...
Um novo Carlos de Oliveira:)
gosto muito.
Beijos
Mariah
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