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Comigo me desavim,
No extremo som do perigo;
Não posso aturar comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia
Antes que esta assi crecesse;
Agora já fugiria
De mi se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo
Se trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?
*A grafia orginal se manteve
Do livro 100 poemas essenciais
2 comentários:
Sá de Miranda viveu a transição do medieval para o clássico. Esse poema é bom exemplo disso: o formato medieval da cantiga e o tom paradoxal dado ao tema, de sabor petrarquista. Bom poeta, Sá de Miranda, mas é que viver à época de Luís de Camões era um trabalho difícil para um poeta português.
Não conhecia e gostei de aprender...
Beijos.
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